[Bitorino entrevista] Justino Figueiredo

Day 3,643, 04:15 Published in Portugal Portugal by General Destroyer
 
Camaradas

De vez em quando bate uma saudade de outros tempos da comunidade portuguesa. Horas passadas no IRC, em coordenações militares, em campanhas duras pela noite dentro para neutralizar ataques da Espanha ou da Polónia, contando com apoio de aliados poderosos, jogando com os fusos horários para ganhar esta ou aquela campanha.

Há jogadores que se tornaram eternos desses tempos e que muito deram pelo País.
Hoje decidimos ir ouvir um desses jogadores.

Justino Figueiredo, eNasceu a 07 de Dezembro de 2008. Ou seja, a conta faz nove anos dentro de um mês. Além das suas 89 medalhas de Trabalhador Esforçado (mesmo a dois clicks continua a pairar por aqui como uma alma penada) e oito de congressista conta com cinco de Presidente da República.

Quem se recorda desses tempos sabe que o Justino, a par do Lucifel, foi um dos grandes responsáveis pela entrada mais duradoura de Portugal na América do Sul, ocupando a Venezuela durante largos meses e sem qualquer tipo de NAP assinado.

Hoje decidimos arriscar uma ida à sua caverna e ouvir o que este old old fag tem para dizer.

A Voz do Bitorino (Vd😎: Foste CP cinco vezes, num período em que a comunidade portuguesa era bem mais numerosa e tinha muito mais jogadores activos. Apesar de agora tu próprio não seres um jogador tão activo, como olhas actualmente para a comunidade portuguesa?
Justino Figueiredo (JF): A minha visão do jogo já não é a que era, mas a sempre verdadeira frase "quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas" aplica-se na perfeição. O filme já foi repetido, as cenas já foram vistas, vamos no enésimo remake com outras personagens.

VdB: Mesmo com as mudanças todas que aconteceram no jogo? Nesse tempo não havia guerras aéreas, Ditaduras, etc.
JF: Guerras aéreas não tinhamos, mas há mais formas de ditadura do que apenas uma mecanica do jogo. Aliás, creio que só reforça o que eu disse.

VdB: Como assim?
JF: Muita gente com boas ideias era mandada abaixo na praça pública, novos jogadores eram transformados em cavalo de combate (sujo) por parte de outros jogadores. Em suma, as ideias próprias tinham de ser mantidas na cabeça e as línguas mordidas. Isto se os "ditadores" não o aprovassem, claro. O (des)conhecimento que era transmitido era apenas aquele que interessava transmitir e qualquer novato era quase forçado a escolher um lado. Muitas vezes o lado do  desconhecimento ganhava.

VdB: O Pedrito tem referido muitas vezes que quem não é do establishment é de alguma forma afastado e ostracizado. Concordas com esta ideia?
JF: O Pedrito sabe que apenas um Sith lida com absolutos.

VdB: Queres desenvolver?
JF: Tem de haver espaço para tudo, desde críticas a novas ideias. Se isto não acontecer e se ele tiver razão (não se esqueçam do que disse sobre a minha visão do jogo), as coisas têm de mudar. Somos todos filhos do mesmo país, irmãos para o melhor e para o pior. Temos de nos comportar como tal. Para que o mal triunfe, basta que os bons homens nada façam. Se essa visão absolutista do Pedrito estiver certa, então está tudo errado.

VdB: Quando ingressei no jogo havia uma espécie de Lado Negro e Lado Branco, sendo que um procurava excluir o outro. De algum modo, é também isso que o Pedrito diz existir agora, embora em moldes um pouco diferentes. Do que vais vendo, mesmo a dois clicks, achas que isso é mesmo assim ou, actualmente, há mais oportunidades para ouvir e integrar os novatos?
JF: Não consigo responder a essa pergunta com a exactidão que merece, porque não tenho lido muitos artigos. Existirão sempre lados, mas os mesmos devem saber co-existir e encontrar uma harmonia. Qualquer forma de extremismo é péssima. Os novatos devem ser ouvidos, ensinados e alimentados intelectualmente para que um dia possam eles ouvir, ensinar e alimentar intelectualmente. Este ciclo nunca pode parar, ou daremos por nós num país morto e estéril de ideias.

VdB: É inevitável perguntar... Que memórias guardas dos tempos em que foste CP?
JF: Os momentos de glória, os momentos em que tudo parecia perdido. Os dias e noite de diversão com as pessoas que me eram próximas, as "guerras" e discussões que nunca deviam ter acontecido. As inovações e os Ministérios criados (ainda há por aí algum solidário?), as críticas justas que recebia por comunicar pouco (haja Bitorinos, mamocas e outros, para me ajudar e ensinar). As tareias que demos e que levamos no campo de batalha. A vez em que estendemos a toalha vermelha no território Espanhol. A coordenação no IRC feita ao 0,01% (muitos nunca conheceram nem conhecerão o que era um !call) e os festejos após as lições militares que dávamos. Há muita coisa para lembrar, mas que não cabe aqui.  Acima de tudo, as amizades que fiz. Longe ou perto, estarão para sempre no meu coração.

VdB: Grandes jogadores que guardas desses tempos? E grandes amigos?
JF: Vou ser, certamente, injusto e, por isso, peço desde já que perdoem a minha memória.
N _V, LucifelL, Passos Coelho, ViolentReaction, deathrider, MartaLi, Bitorino, Malagueta, teXou, CaioMario, S. Ribeiro (nunca mais apareceu?), Diogo Filipe Pires, csc11, JoseDurão, Arthk, NunoBaton, JustRunpt, Moraldogma, Valongus, Portvcalem, Leal9001, jotapelx, elvimonte, gu480, melga (e as suas BUFA), os "trolls", Toboco, Anfer, Mithras, IDEIAS (a primeira e única PM que me fez adormecer em frente ao PC foi dele), o trio feminino (mminii, Catzii.22, Anadrii), Latino29, a "quarentona" da MarySi, TugAvenger, toda a LUP... Todos os amigos que fiz noutros países.
Ainda falta muita gente mas, após estes anos todos, esta memória...

VdB: O que falta hoje à comunidade portuguesa que havia antigamente e o que temos hoje que antes não tínhamos?
JF: O que falta? Tomates, pila na mão, murros na mesa. União, irmandade, objectivos em comum (o bem do País). O #pt, o #dist, o #fa.pt, (isto não são hashtags, seus maricas) o Wharrgarbl. Mais diversão, mais comunidade. Velhos jogadores a voltarem.
O que temos? Todas as novas mais valias na forma de novos jogadores.

VdB: O que te faria voltar a ser um jogador mais activo neste momento?
JF: Ter a vontade de o ser.
Tempo.
O jogo precisa de melhorias, a comunidade precisa de beber mais hidromel e de andar menos vezes a atirar fezes uns aos outros.

VdB: Que conselhos deixas aos mais novos, aos governos e ao congresso?
JF: "May God grant us the Wisdom to discover right, the Will to choose it, and the Strength to make it endure."
O que serve para uns, serve para todos:
Há sempre algo a aprender com alguém. Há que reconhecer os erros e saber o que fazer para os mudar. Há que entender que uma cruzada solitária leva apenas à solidão. Unam-se, juntem-se, falem e entendam-se. Sejam generosos sem esperar nada em troca. Nós sempre fomos mais do que isto, mais do que um grupo de idiotas à cabeçada e a discutir as migalhas de um pão já seco. Impõe-se a questão:  Estão preparados para ser tudo o que podem ser? Para serem melhores a cada dia que passa? Para encontrarem um objectivo em comum e lutar por ele? Para se sacrificarem pelos outros e para fazer com o que o sacrifício dos outros valha a pena? Para fazer com que o preço que todos pagamos valha a pena? 
Lembrem-se que são Portugueses e façam estremecer as paredes deste "novo mundo", façam os nossos einimigos tremer de medo ao verem todos e cada um de nós nas batalhas, façam-nos aprender que quando vai um de nós, vamos todos nós, porque Portugal somos todos nós.
Que as armas e a alma de cada um de nós, sejam a de todos nós.

VdB: Algum conselho mais que queiras deixar à comunidade portuguesa?
JF: Divirtam-se. O resto já está tudo dito ali em cima.

Espero que tenham gostado!

Um abraço a todos,
 
Bitorino



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