Série Especial Impostos (II)
Rubicon8
[cont. do número anterior]
Caros Cidadãos,
Dizia eu na edição anterior desta série especial que o impacto dos impostos sobre a riqueza individual e colectiva dos Cidadãos de um País e sobre as respectivas finanças nacionais não é dispiciendo.
As decisões sobre os níveis de tributação em relação a cada um dos impostos têm efeitos a longo prazo sobre a economia de um País que vão muito para além do que é evidente e perceptível para alguns.
Para ilustrarmos o que afirmamos, vamos dar um exemplo concreto:
Suponhamos que em determinado País, a receita diária de impostos é de 50.000 PTE.
Suponhamos ainda que a taxa de imposto sobre o trabalho (Income Tax) é de 15%, e que a taxa de imposto sobre as vendas de armas e comida (VAT Tax) é de 10%.
Parece-me que já adivinharam o País.
Pois bem, em princípio, não é possível saber qual é a percentagem das receitas que resulta do Income Tax e qual resulta do VAT Tax, porque o jogo não nos permite aceder a essa informação.
Na verdade é possível, e lá chegaremos, mas isso obriga a uma exposição tão extensa que este artigo ia ficar parecido com uma enciclopédia, por isso, e como este exemplo é apenas para debater os efeitos dos impostos vamos trabalhar com vários cenários.
Na tabela seguinte, utilizámos os valores já referidos para deduzir os valores dos salários globais que os jogadores auferem e das respectivas vendas globais de armas e comida, para vários cenários, fazendo variar a proporção das receitas do estado que resulta dos impostos sobre o trabalho (entre 5 e 40
😵e dos impostos sobre vendas que será obviamente a diferença:
Em vez de discutirmos esterilmente qual destes cenários sera o mais aproximado da realidade nacional, vamos fazer outra coisa. Vamos escolher um deles, por exemplo aquele que está assinalado, em que 20% das receitas do estado resultariam do Income Tax e 80% do VAT Tax.
Nesse cenário, determinou-se que as vendas globais brutas de armas e comida rondariam os 400.000 PTE e que os salários brutos globais seriam de 66.667 PTE, pois bem, vamos introduzir esses valores na folha de cálculo e fazer variar as taxas de impostos para ver quais seriam os efeitos desta tributação:
Conforme se pode apreciar, as variações das taxas de imposto tem efeitos significativos sobre as receitas diárias do estado, por exemplo, se a taxa de imposto sobre o trabalho se mantivesse nos 15% mas reduzissemos a taxa de imposto sobre as vendas de 10% para 5%, a receita média do estado baixaria de 50.000 PTE para 30.000 PTE diários, enquanto que a receita líquida média de cada cidadão subiria apenas 33,3 PTE, passando de 694,4 PTE para 727,8 PTE.
Claro que a igualdade fundamental se manteria inalterada:
Receita do Estado + Receita Líquida dos Cidadãos = Vendas Brutas de Armas e Food + Ordenados Brutos
(desprezando, claro está, as restantes receitas de impostos, que também são pouco significativas)
No caso concreto, a receita do estado + receita líquida dos cidadãos seria sempre igual a 466.667 PTE, fossem qual fossem os níveis dos impostos.
Por isso a política fiscal de um ePaís parece resumir-se a quanto queremos deixar nas mãos dos cidadãos e quanto queremos atribuir ao orçamento do estado, sendo portanto indiferentes os níveis de impostos a utilizar.
Claro que há que considerar dois problemas importantes:
1º O problema da fuga aos impostos, via vendas por doação, que será tanto mais problemático quanto maior for a taxa de imposto sobre vendas;
2º A questão da orçamento do estado. Teoricamente, o orçamento de estado destina-se a ser redistribuído pelos cidadãos de um País, das mais diversas formas, seja através da distribuição de armas e comida ou PTE, seja através da celebração de acordos de protecção em benefício dos cidadãos. Mas se a utilização não for adequada, então o valor de 1 PTE nas mãos do estado não será equivalente a 1 PTE nas mãos do Cidadão.
Pois bem, agora lanço-vos um desafio: Suponhamos um ePaís perfeito, onde não existe qualquer fuga aos impostos e em que o orçamento do estado é perfeitamente justo, de forma que é perfeitamente redistribuído por todos os cidadãos.
Num tal país perfeito, seria perfeitamente lógico admitir que os níveis de tributação seriam indiferentes, correcto?
Com base nos dados que utilizámos até aqui toda a receita ficaria nas mãos dos cidadãos, na medida em que aquilo que lhes retirássemos através dos impostos ser-lhes-ia depois transferido do orçamento do estado, por isso não haveria qualquer interesse em discutir os níveis de impostos, não é?
Não, não é! Na realidade é aqui que reside o busílis da questão e infelizmente é também aqui que as coisas se começam a complicar.
[...] Continua no próximo número para não ficar demasiado extenso.
P.S.: Este artigo insere-se no trabalho do Gabinete de Estudos do MFP.
P.S. 2: Einstein, Leal e resto do grupo do Recreio da Anita, se isto se tornar demasiado complicado para vós desistam e ide ver o canal Panda.
Comments
V. Fuga aos impostos através de donações é uma realidade inerente ao jogo. Aí, só se pode minimizar, mas não acabar...
Excelente trabalho!
A parte mais complicada é mesmo saber qual a realidade atual e o peso dos diferentes impostos. Só assim conseguiríamos saber quais os efeitos de cada alteração, na realidade.
Cheguei a pensar em propor alterações de 1% no imposto, para teste, mas existe o obstáculo de a imposto arrecadado não ser constante e por isso nunca saberíamos que parte da diferença seria causada pela variação da taxa e que parte seria "natural" por existir mais trabalho e/ou transações.
Uma nota para a redistribuição de riqueza e justiça dos impostos.
No eRep nao existe. Devido ao módulo militar, a grande maioria da despesa é efetuada no exército, privilegiando apenas quem pertence ao mesmo.
Ainda assim, o exército é público e toda a gente pode ingressar.
Num país ideal, não existiriam impostos (excepto umas taxas reduzidas para fins sociais, MPP e apoio a novatos), cada cidadão teria o seu rendimento quase na integra, e todos lutariam coordenados, mesmo não havendo distribuiçao.
Infelizmente é quase utópico e por isso temos o modelo atual, que vai funcionando bem.
Telmo: Ficar nas mãos dos cidadãos para comprar armas ou ficar nas mãos do estado que depois lhes dá armas é a mesma coisa. E não interessa se dá bem ou mal, se dá a todos ou se só dá a alguns. Há uma anedota na economia: se eu tiver uma sandes e tu nenhuma, ambos temos meia sandes. Do ponto de vista global é indiferente percebes? Eu percebo onde queres chegar, mas a questão aqui não é essa, do ponto de vista da eficiência económica.
Quanto à questão das alterações de 1% no imposto, pois bem esse é um dos caminhos, mas há outras formas de o deduzir.
Vais ver que eu vou pôr cá os pesos dos diferentes impostos. Até por indução já conseguias estimar um intervalo para o peso do income tax ou não? Hint: supõe 600 jogadores diários, por exemplo.
Nogueira: as fugas por doação existirão sempre, mas variam consoante os níveis de impostos.
Abaixo de determinado nível de impostos são mínimas, acima de determinados níveis são abundantes.
Vê no wiki - "curva de laffer", ou espera pelos próximos artigos.
Agora que traiste os teus principios, por um tacho na equipa dos marcelo santos, ao ver que vais perder, estás a tentar mostrar trabalho é? rubicon?
Isto é a mais pura das demagogias... Estar a dizer que se perde menos, porque se cobra menos é estupido.... é uma palissada. O Estado e as FAP, precisam de dinheiro, para continuarmos a dar porrada como estamos a dar na venezuela....
Se achas, que não, que devemos baixar os impostos, porque uns receberam ajuda e tu não - mesquinhez - e com isso comprometer o nosso poderio militar. Nesse caso, muda-te para a venezuela!
achar que o puderio militar e tudo e um erro cabal...do qual sofrem todas as grandes potencias..expl. real disso e a ex urss e os estados unidos..gastao milhoes em armamento..
claro que no jogo e diferente..
e quanto ao precisar de PTE para dar porrada na venezuela...acho que 50% da tal porrada (ou mais)vem de pessoas sem qualquer ligaçao ao estado ou as FAP...demagogia e dizer que todos os PTE que o estado recebe e para beneficio publico.porque claramente nao e!nunca foi e nunca sera...seja quem for que esteja no puder..
seja como for este e um bom artigo bem montado e com fundamentos..
e quem disser o contrario esta no minimo a ser demagogo!
cya
O heilel tem razão, se o La Palisse visse este artigo dava-te uma beijoca, mais uma vez vejo artigos economicos feitos com base a standards da vida real. Erro grande.
O jogo exige muito pte e gold para abrir guerra de modo a ganhar recursos extra. Gostam de ver os territorios novos que temos quando abrem o mapa? Pois tal coisa nunca teria sido possivel sem as FAP ou sem todos os impostos que arrecadamos.
Votado por a iniciativa.
Volta, Partizanne, por favor.
@Opiumm
"e quanto ao precisar de PTE para dar porrada na venezuela...acho que 50% da tal porrada (ou mais)vem de pessoas sem qualquer ligaçao ao estado ou as FAP"
Sabes que muitas vezes, esses jogadores são mercenários pagos por nós quando precisamos de dano ou aliados a quem pedimos ajuda, certo? Ou achas que eles aparecem por geração espontânea?
"demagogia e dizer que todos os PTE que o estado recebe e para beneficio publico.porque claramente nao e!nunca foi e nunca sera...seja quem for que esteja no puder.."
Já ouviste falar em orçamento de estado que tem que ser aprovado todos os meses pelo congresso? Há artigos do governo que indicam as receitas e os gastos do governo detalhadamente.
Aconselho-te a não comentares sem saberes do que falas. Pelo menos informa-te sobre as coisas antes de comentares.
Parabéns pelo artigo. Gostei e recomendo.
Depois de ler os comentários, tive que reler o artigo. Mas, por mais que procure, não encontro, em parte alguma, apologia de qualquer alteração nos impostos. Num sentido ou noutro. Para já, quanto a mim, trata-se de uma tentativa de estabelecer o cenário que poderá servir de base a uma tal discussão no futuro, isso sim. Uma discussão que, a realizar-se com seriedade e sem demagogias, poderá ser extremamente importante para o futuro do país.
Fico à espera dos próximos na série!
V
V
Votado. Artigo sério e compreensível. Contudo exitem a nível econômico, no jogo, algumas especifidades únicas. São essas limitações, que a prazo, vão destruir o jogo, a não ser que os administradores comecem a fazer uma razia pelos jogadores de nível mais elevado.
Rubicon8:
Eu não me referia a eficiência económica, mas a justiça social. Na realidade não temos meio pão cada, temos um gajo de barriga cheia e o outro morre à fome.
Em relação à indução, não é tão simples quanto isso. Tens que saber o nº de trabalhadores médio diário, e a quanto trabalham eles (tendo em conta a existência de ordenados de exércitos e outras MU, de clones a trabalhar por 5 PTE e da diferença entre os que têm um trabalho fixo e os que aproveitam sempre o melhor do mercado no momento, sendo que mesmo esse varia imenso).
Eu sei Telmo. Depois explico como ultrapassar esses obstáculos que mencionas.
Quanto à justiça social, nada a fazer do ponto de vista da política tributária, pois aí dependerá sempre dos critérios governamentais.
Espera pelos próximos números, que tornarão a discussão mais compreensível. Bom mais compreensível para ti e outros como tu, pelo que já li dos teus comments e artigos.
Há sempre uma faixa etária e mental para quem isto é "ciências ocultas", mas pronto deixa-os lá entreterem-se com troilices.
Grande Artigo!
Só tenho pena de poder votar apenas uma vez (mas crio já uma ou duas multis, para votar mais vezes).
Mas todos sabemos que a fuga aos impostos em parte podia ser controlada. Basta para isso os deputados quererem.
Telmo e psychosis x2
e do recreio da Anita à malta a tirar economia se quizeres umas dicas diz...
Votado pelo trabalho
claro que ha mercenarios...mas estava a referir me aos nao mercenarios..nao pagos que utilizao os seus proprios meios em beneficio do pais...participei em grande parte da campanha contra a venezuela...e nunca pedi nada a ng..pagei sempre as minhas armas e a minha food.e a isso que me estou a referir ou achas que esses jogadores nao contam para nada!?
quando ao orçamento ser aprovado..eu nao estou contra a forma como as coisas estao a ser conduzidas!nao me intrepretes mal!estou apenas a fazer uma observaçao!achas que todo o orçamento esta a ser bem aplicado?!eu apenas acho que deve haver areas que deviam ser melhor exploradas!?para quê pagar a mercenarios quando podes uzar esses fundos para dar armas a pessoas do teu proprio pais que podem lutar sem qualquer outro custos alem das armas e food?!
e apenas a isso que me refiro!desculpem se fui mal entendido!
cya
grande artigo. bom trabalho