Capítulo 3 - Roleplay

Day 1,640, 18:11 Published in Brazil Brazil by PandaBrasil


Capítulo 3 - Sigo meu caminho


Aparentemente essa estrada já foi muito usada. E deve ter sido mais ainda durante a guerra, pois vejo que ela está toda remendada, e com alguns buracos. Infelizmente, nenhum recente, o que mostra que ninguém passou por aqui nos últimos dias. Quem sabe até nos últimos meses.



Três dias na estrada, e estou sem uma gota de água. Minha garganta queima com este calor. Durante as noites, o frio resseca ainda mais minha boca. Não sei se conseguirei sobreviver assim. Mas é melhor morrer tentando do que viver na solidão. A sorte me abandonou parcialmente, já que encontrei postos de gasolina e pude abastecer o carro diversas vezes, e encher galões com gasolina para casos de emergência. Mas não havia nada para comer ou beber. As cidades, destruídas e vazias, também não demostram ter nenhum tipo de alimento.



Pelo tanto que já andei nesse tempo, deduzo que já esteja em território estrangeiro. Espero que seja um local onde eu possa me comunicar caso encontre algumas pessoas.
“Não consigo acreditar no que vejo. Finalmente um rio! Água potável! Ah, que alívio. Achei que ia morrer desidratada.”



Que benção ter achado aquele rio. Consegui muita água lá. E pelo que pude perceber, a água estava limpa. Após tanta guerra, a natureza me mostra que é forte o suficiente pra reagir a ela e se purificar. Torço para que assim aconteça com os humanos. Essa guerra foi algo gigantesco, muitas mortes, destruição generalizada, crueldade sem fim, pessoas matando por nada. Se o mundo não acabou ainda, o fim está quase próximo. Se a humanidade não aprender com isso, com certeza a extinção do ser humano virá no futuro. Isso se já não estiver acontecendo.

Há um lindo campo logo a frente. Devo ir ver o que há lá? Bom, passarei por perto. (...) Uma casa inteira, nem sinal de destruição. Caramba, pode ser que tenha gente lá, e que eu não vá mais viver sozinha.



O que é aquilo? Uma bandeira da Argentina? Estou em território argentino? Ah, que ótimo! Eles são aliados, não vão querer meu mal. O único problema é que não sei falar espanhol. Eu devia ter aprendido quando era mais nova. Mas a falta de interesse nos estudos não deixou. Não tem problema, o importante é que poderei fazer amigos lá.



“Ei! Tem alguém ai? Eu não quero lhe fazer mal, apareça, por favor!” – Droga, ninguém aparece. Será que tem problema se eu for entrando? Bom, levarei minha faca e arma comigo caso eu tenha problemas.
Caramba, mas que bagunça aqui dentro. Parece que alguém estava bravo. Quanta coisa nessa casa. Queria que meu armazém tivesse sido assim também. Televisão, sofá, DVD, videogames, geladeira cheia – será que vou conseguir comer depois de tantos dias? –, uma mesa pequena, vários cômodos. Mas cadê os moradores? Vou olhar lá em cima, quem sabe estejam descansando.



É, parece que o descanso dele vai ser eterno. Com tantas fotos de uma única mulher, e esse spray de veneno na cômoda ao lado da cama, e esse copo de água caído no chão, parece que ele não aguentou a solidão. A saudade e a tristeza devem ter falado mais alto em seu peito. Ficarei uns dias aqui, enterrarei este homem, e descansarei um pouco.


Artigos anteriores:
> Apresentação
> Capítulo 1
> Capítulo 2
Leiam, vale a pena: Cullen's Magazine #15
Obrigado a todos que me incentivam a continuar escrevendo. Espero ter uma maior participação dos leitores na história.
E me ajudem a shoutar, pro Roleplay chegar ao TOP5 e ser lido por mais pessoas.
Abraços,
PandaBrasil.