[BS] Um Novo Horizonte Brasileiro

Day 2,081, 13:00 Published in Brazil Brazil by Dio Vigon


Olá, pessoal!

Volto hoje a escrever, depois de mais de dois meses longe da mídia ingame. Tive alguns problemas particulares em junho e um tempo mais escasso desde o início e julho, o que me impediu de participar com afinco nesse período, tendo servido apenas como um mero consultor.

Infelizmente, durante esse hiato, o eBrasil se tornou aquilo que alguns de nós já anunciávamos há algum tempo: uma presa fácil contra países que souberam se alinhar sem grandes preconceitos diplomáticos.

A Vingança Argentina


Em junho, tivemos o contra-ataque argentino, país que veio em busca de "vingança" depois de ter sido apagado algumas vezes no primeiro semestre de 2013. Situação essa que teve como grande estopim, o ataque norte-americano às regiões do sul da França, que estavam (e estão) sob posse sérvia. Até aquele momento, CoT e TWO ainda mantinham uma guerra silenciosa, que todos sabiam que seria quebrada a qualquer momento.

Coube aos EUA a função de desequilibrar os relacionamentos ao redor do globo, o que proporcionou um efeito cascata dos países da TWO e países alinhados, contra seus rivais. Nos quais se inclui o Brasil. Tal qual a primeira vez em que fomos apagados, Brasil e Estados Unidos foram vencidos quase simultaneamente, impedidos de se ajudar.

Eu ouvi do próprio CP polonês da época: "queremos estar com o Brasil, mas se o Brasil não quer, vamos nos divertir com a Argentina mesmo". É evidente, pra todo o Novo Mundo, que a Argentina não é nenhuma unanimidade como aliado. Nunca foi. Porém, soube aproveitar a fragilidade do Brasil e se aproximar dos países que enxergam o jogo de forma mais objetiva.

Quem tem CUA tem medo


Colômbia e Uruguai são países que, hoje, servem apenas como instrumento contra o Brasil, já que isoladamente, não tem o poderio militar necessário para nos dirimir. Tem bons padrinhos, apenas. É importante lembrar, entretanto, a trajetória dos dois países nos últimos 12 meses:

Colômbia: era aliada do Brasil, mas preferiu se alinhar à EDEN, servindo como bucha de canhão contra a Espanha, no período em que ONE e EDEN visavam impedir o crescimento da CTRL. Não permaneceu muito tempo na aliança, já que foi apenas usada e depois descartada. Teve que acompanhar a Argentina, depois de ter traído o Brasil e se queimado durante o processo. Após passar um bom tempo sendo apagada, concretizou seu alinhamento com a TWO e, novamente, serve apenas como bucha de canhão, só que, dessa vez, com um suporte grande. Presume-se que seja apagada de novo quando não tiver o mesmo suporte.

Uruguai: outra bucha de canhão, que hoje apenas cumpre seus deveres como aliado de menor porte. Porém, ao contrário da Colômbia, foi um país que poderia ter sido atraído para o nosso lado, ao invés de descartado. Mesmo com sua postura agressiva durante o período. Acho que tivemos pouca força de vontade para mantê-los conosco.

Se formos apagados novamente, durante esse ataque duplo, se evidenciam alguns problemas que, aparentam ser meros detalhes, mas que são determinantes em uma guerra:

1. Desmotivação

Eu vejo Mr.Adams, Arguille, Chain, LeoHunter e outros que investem no eRep despejarem montanhas de dano pelo país, mas a cada dia que passa, parece que eles lutam sozinhos. Pessoalmente, nunca fui um lutador assíduo, já que optei por produzir RAW e sempre foquei na parte política/diplomática, mas sei que existe MUITA gente que tem como módulo preferido o militar. Onde será que estamos errando? Por que será que nossos lutadores já não tem a mesma disposição?

2. Falta de Identidade Diplomática

O eRepublik costuma ter ciclos diplomáticos que, no passado, eram bem mais definidos que hoje. Isso já contribui para essa dificuldade em identificar o que realmente quer o Brasil. Eu gosto de usar o termo identidade, não pra solidificar o que é o Brasil, como tem que funcionar, mas pra delimitar um método coletivo de decisão. Acredito sempre que, mais importante do que QUEM são nossos aliados, é entender o PORQUÊ de serem nossos aliados. Afinidade, objetivos em comum, benefícios mútuos, todos são atributos que entram na equação. Em algum momento essas características foram substituídas apenas pela quantidade de dano e isso é simplificar demais algo que, infelizmente, não é simples.

3. Descentralização

Talvez não seja algo tão ruim, já que existem benefícios, mas sinto que o processo de descentralização do poder, ocorrido em TODOS os países, principalmente devido ao formato do módulo militar, que valoriza as MUs, causou mais malefícios ao Brasil do que a outros países do globo.
Não é, obviamente, uma crítica a qualquer instituição privada. Elas são fundamentais para o país e eu sei disso desde 2010, quando ajudava a única milícia do país a crescer, mesmo a contra-gosto de muita gente. Porém, devido a cultura (RL) brasileira ser bastante verticalizada, nosso povo tem dificuldades em fazer as coisas funcionarem quando a pirâmide fica larga demais. Temos como um bom exemplo os números do funcionalismo público que, de forma geral, aumenta a cada ano no país, sem que haja melhorias concretas para a população. Em suma, é como diz o ditado: "muito cacique para pouco índio". Isso gerou um enfraquecimento das figuras oficiais da nossa política, principalmente do executivo. Isso se reflete hoje na falta de interesse que os cidadãos tem das eleições e até que os próprios possíveis candidatos tem. Há tempos não existe uma campanha eleitoral pensada com antecedência, com preparo, com a participação da população. No exterior, essa descentralização funciona. No Brasil, estamos penando pra fazer a máquina girar. Seja por nossos erros ou por qualidades alheias.
Estamos aplicando a tática do "dividir para conquistar" em nós mesmos. Foi isso que levou França, Indonésia, Rússia e outros países à ruína no passado.


Não estamos perdendo para a Argentina, para a Colômbia, pro Uruguai ou pra qualquer outro país. Estamos perdendo para nós mesmos, pouco a pouco. Ser apagado é só um sintoma dessa doença.



Focando na solução

Na minha opinião, como dito acima, nosso problema não tem sido falta de dinheiro. Arrisco a dizer que também não tem sido falta de gente disposta.

Chegamos em um pouco em que o eBrasil não pode mais apenas seguir em frente e tentar melhor o que está errado. Tentar reatar o que foi desfeito no passado. Nós precisamos é de um recomeço. Político, social, militar, diplomático, enfim... Precisamos reaprender a jogar eRepublik, partir de premissas novas para obter resultados diferentes. Se não, continuaremos patinando nos mesmos erros de sempre.



Se nós queremos que o Brasil seja um país temido, somos nós que temos que parar de mostrar nossas fraquezas, nossas mazelas. Olhar de forma objetiva para o que nos cerca, sermos menos passionais, menos rancorosos entre nós mesmos e usar toda a nossa gana e todos os nossos esforços pra transformar o Brasil em um país de primeira qualidade. Vai ser preciso muita humildade, por parte de todos nós, pra que isso aconteça.




Já dizia o sábio: "são apenas negócios".





Obrigado,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil

In Omnia Paratus"