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Olá, pessoal!

Ontem escrevi este artigo, depois de um bom tempo sem participar com afinco das atividades do país, embora tenha ficado atento aos acontecimentos. O tema foi principal foi nada mais do que um apelo à sociedade ebrasileira, para que consigamos reconstruir nossos alicerces e recolocar o Brasil novamente em destaque.

Esse recomeço, porém, esbarrará em comportamentos que nada tem a ver com o problema do país ou com a solução que todos queremos para ele. Quem aqui neste jogo (ou na vida) nunca se sentiu inferiorizado por alguém, subjulgado, vencido, derrotado e, com ou sem razão, nada quis além de "se vingar" de seu oponente.

É um sentimento natural do ser humano. Quando perdemos algo para alguém, desejamos ter de volta o quanto antes. Mesmo que seja apenas um sentimento. Isso explica a irracionalidade de alguns ao matar torcedores de clubes rivais, mesmo que sequer tenham sido agentes na derrota de seu clube. O ser humano é, emocionalmente, um animal que anseia por vingança.



Curiosamente, ontem a noite eu tive a oportunidade de ler uma pesquisa antropológica sobre os processos de justiça e organização tribal e não pude deixar de comparar o comportamento de tribos pré-históricas com a que muitos continuam a extravasar. Em especial, na internet, que costuma ser uma terra "sem lei".

Nós não temos, como ferramenta ingame, o Poder Judiciário. Executivo e Legislativo coexistem em nossa sociedade, equilibrados em uma linha tênue entre a ordem e o caos, já que depende da boa vontade dos jogadores acreditar que existe algum tipo de ordem.



Os grupos do eRepublik se comportam exatamente como tribos. Ficam o tempo todo trabalhando para delimitar seu próprio espaço e sua influência global, enquanto se aproximam ou se repelem de outros grupos, de acordo com suas utilidades ou sua interferência.

O grande problema é que esse processo tribal gera desentendimentos e, como não temos um Poder Legislativo que imponha o que é e o que não é certo, a "justiça" segue sendo feita na base da vingança. É isso, por exemplo, que movimenta guerras seculares como Sérvia e Croácia, Hungria e Romênia. São alimentadas pelo ódio e pela sede de vingança. Os verdadeiros motivos de muitos dos desentendimentos entre as pessoas, costumam ficar em segundo plano. É algo natural de acontecer. Nesses casos, mesmo que um não queira, dois sempre brigarão.



Incontáveis foram as vezes em que boas iniciativas no eRepublik morreram ao primeiro comentário feito contra o autor do artigo. Isso acontece até em artigos oficiais. As pessoas sentem um desejo incontrolável de cutucar umas as outras, muitas vezes ignorando coisas que devem ser corretamente criticadas. Assim como, muitos não recebem bem as críticas que recebem. Geralmente, ignoram o aprendizado e se preocupam com quem criticou ou como criticou.

Quantas vezes você, leitor, não foi ofendido depois de criticar alguém? Sendo sua crítica construtiva ou não. Quantas vezes você não deve ter ofendido alguém que te criticou, mesmo que não diretamente? Quantas vezes não quis bater ou ofender alguém que te fez passar algum tipo de vergonha?

Não se envergonhe disso. É um comportamento natural do ser humano, mas que pode ser controlado se percebermos qual é, exatamente, a nossa tribo.



Testemunho pessoal: quando entrei no eRepublik, meu discurso era contra a panela. Isso em março de 2010. Eu sequer conhecia a "panela", não sabia quem era da tal "panela", mas era desafiador que existisse algum grupo organizado controlando o país e precisando ser deposto. Os jovens tradicionalmente carregam esse sentimento de embate, confronto.

Em pouco tempo, percebi que não existia um grupo organizado, mas o sentimento tribalista de vingança e oposição sempre fez parte do meu jogo e do jogo de 99% (se não mais) dos ecidadãos. Se vale a informação, eu só me desfiz dessa vaidade quando o Brasil foi apagado, em 2011. Percebi que havia coisas mais importantes que o sentimento de vingança. É possível trabalhar com qualquer pessoa, desde que estejamos dispostos a trabalhar e não a incomodar, a se vingar. Por isso, eu aconselho, pelo bem do Brasil, que nos dispamos do sentimento de vingança. Satisfazê-lo só nos traz a falsa sensação de vitória.

Não pense que estou sugerindo que você seja condescendente com os fracos, conivente com os erros e frouxo com os inimigos. Pelo contrário. Eu apenas sugiro que vejam o jogo com mais clareza, com a mente aberta. Queiram sempre a vitória do Brasil. Nunca a derrota dos outros. Pois a vingança não é a vitória verdadeira.


já dizia Don Corleone: "nunca odeie seus inimigos, isso afeta o julgamento".


Bom jogo 😉


Obrigado,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil

In Omnia Paratus"