[BS] Coordenação Militar do eBrasil

Day 2,397, 10:26 Published in Brazil Brazil by Dio Vigon




Olá, pessoal!

Hoje vou conversar com vocês a respeito de um tema que é fundamental para qualquer país no eRepublik, mas que há um bom tempo vem sendo negligenciado por nós brasileiros: coordenação militar.

Quem me conhece, sabe que não sou um exímio soldado, já que meus esforços sempre foram mais voltados para a área política e diplomática do jogo, além de usar a maior parte da minha energia diária trabalhando nas empresas e não lutando. Porém, o fato de eu jogar ativamente eRepublik desde o final da V1, me confere um pouco de conhecimento sobre como era o comportamento militar do nosso país e o que ele se tornou.



V1, a Era dos exércitos móveis

Até junho de 2010, as batalhas tinham um formato bem mais simples: duravam 24h e consistia em “derrubar o muro”. O país atacante precisava fazer dano maior do que o dano dos defensores + o dano do muro.

DANO DO ATACANTE vs. DANO DO DEFENSOR + TAMANHO DO MURO



No final das 24h, se o muro ainda estivesse em pé, a vitória era dos defensores. Se estivesse negativo, a vitória era dos atacantes. Básico.

Como não existia a proposta de Natural Enemy e todas as guerras e ataques eram pagos com gold, não havia tantas batalhas abertas diariamente (chegamos a passar semanas sem guerras). Aliado ao limite de lutas diárias (não tinha energy bars a vontade, só um número limitado de wellness packs) e ao risco de ficar sem energia suficiente para trabalhar no dia seguinte, o dano PRECISAVA ser muito bem utilizado. Quem lutava só por lutar, desperdiçava seu dano.

O eBrasil não tinha um exército grande, mas tinha um grupo bem coeso de tanques e uma organização militar imensa, inexistente hoje. Por estarmos em um fuso horário diferente do europeu e do asiático, nosso dano era fundamental em muitas batalhas.

Porém, o que fazia os exércitos móveis do mundo todo serem eficientes e unidos, era o fato de os MPPs precisarem ser ativados. Explico: Se o Brasil tivesse 1 MPP e Espanha 10 MPPs, eles estariam inativos, até que um dos dois atacasse. Se a Espanha atacasse primeiro, ativaria 1 MPP brasileiro e a luta seria Espanha X Brasil+1, mas se o Brasil atacasse primeiro, a luta seria Brasil X Espanha+10. Isso obrigava os aliados do país que atacou, mas não ativou os MPPs, a migrar seus soldados para o país. Só assim poderiam lutar.



V2, a Era da Estratégia

Em julho de 2010 se iniciou a V2 e, algum tempo depois, o módulo de combate mudou totalmente. As armas, que antes era só Q1 a Q5, ganharam diferenciação entre Tanques, Helicópteros, Artilharia e Infantaria. Cada um com sua função e característica específicas. Os jogadores também passaram a treinar especificamente para uma das 4 habilidades e, ao invés de um muro apenas computando quem dá mais dano, as batalhas passaram a ter mapas e quadrantes bem definidos:



Era um saco, os jogadores precisavam ficar online durante todo o combate, travava muito, bug toda hora, mas exigia uma coordenação tática eficiente e muita organização na produção de armas e nos treinamentos.

Nessa fase o Brasil chegou a vencer boas batalhas, mas o jogo pecou pelo excesso de erros nos combates e, infelizmente, pelo excesso de fakes, que lotavam os mapas das batalhas e atrapalhavam muito os jogadores. Eu cheguei a lutar em uma batalha na Polônia em que havia 11.000 bots no mesmo quadrante. Todos level 1, colocados ali para obrigar um tank a queimar seu dano para vencê-los.

Se os erros fossem corrigidos, certamente as batalhas da V2 seriam uma boa ideia, mas não foram.



Pós Rising e o início da energia infinita

Com o fim da V2, as batalhas voltaram ao estilo anterior, com dois lados batendo um contra o outro. Só que, ao contrário do modelo antigo, com 24h de combate, o Plato resolveu implementar o sistema atual de turnos. As duas grandes diferenças é que não havia as divisões e, por isso, a barra da batalha era única para todos e, portanto, não havia os pontos 1, 2, 3, 5 das divisões. Vencia a batalha quem vencesse 8 rounds.



Nesse período, entre o fim de 2010 e meados de 2011, o Brasil era um monstro das madrugadas. Chegamos a virar várias batalhas para os aliados, mesmo tendo força militar inferior. Tudo dependia da coordenação.

Essa condição só foi alterada com a inserção do modelo atual de energia, em que se recupera um pouco a cada hora e, por isso, dá para lutar a qualquer hora do dia, fazendo os horários prioritários de combate menos relevantes. A energia infinita dispersou o dano de todos os países, não só do Brasil. Porém, isso favoreceu os países mais fortes, que passaram a vencer rounds não apenas em seus primetimes, mas também nos horários que, antes, o Brasil tinha vantagem.



A popularização das MUs e a decadência dos Exércitos

Em 2012 as MUs finalmente se popularizaram, fortalecendo o conceito de exércitos privados. O Brasil tinha somente uma milícia realmente organizada, que era o CAT, embora tenham surgido outros expoentes também, como a Brazilian Monkeys, mas com o fenômeno das MUs, nasceram também as MUs partidárias e o Exército Brasileiro, que era forte, foi se fragmentando cada vez mais.

O próprio batalhão de elite do EB, o F.O.D.A.C.E., que tinha fama internacional e era objetivo de 99 em cada 100 jogadores, se tornou menos eficiente e menos almejado pelos grandes tanks.

O motivo definitivo para a queda na organização militar dos brasileiros é incerto. O mais provável é que seja uma conjunção de vários fatores: fragmentação do EB, crescimento dos exércitos privados, partidarização militar, foco na Daily Order e não mais nos objetivos macro, entre outros. O fato é que, nesse turbilhão de mudanças, nenhum grupo conseguiu reinserir na população a noção de coordenação e organização que existia anteriormente e o país passou a sofrer por causa disso.



As divisões e renovação estrangeira

Não me recordo ao certo quando foram inseridas as divisões de combate. Nunca me preocupei com isso de forma particular, pois já comecei na D4, então nunca tive a experiência de disputar medalha contra jogadores menos fortes, mas é um fato que o domínio das divisões inferiores se tornou uma ciência da qual o Brasil, infelizmente, é um dos poucos países que ainda não domina.

Nos últimos dois anos, vimos países mais fracos que nós se tornarem potências militares, a partir de um minucioso trabalho de desenvolvimento populacional. Chile e Argentina são o principal exemplo disso. Quando as divisões nasceram, eles começaram a investir em babybooms e a renovar sua população. O Brasil ainda dava mais dano, mas ele estava todo concentrado na D4, enquanto os nosso vizinhos já nos venciam nas divisões de base.

Dois anos depois, o Brasil tem um dano bem inferior aos dois e ainda não conseguiu engrenar um projeto de renovação populacional, mesmo tendo Chile e Argentina como exemplos bem sucedidos.

São poucos os jogadores que se preocupam hoje em usar seu dano de forma eficiente. Menos ainda são aqueles que se organizam em grupo militares e seguem ordens minuciosas de batalha. E quando digo ordens, não é “lute aqui”, mas sim, onde lutar, que horas não lutar, que horas despejar dano. O Brasil de anos atrás controlava algumas batalhas, hoje estamos todos fragmentados, desinformados e, aparentemente, desinteressados.


O que precisamos fazer para resgatar o espírito de luta do nosso país?





Um abraço,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil

In Omnia Paratus