[BS] Brasil, Indonésia, África do Sul e um problema

Day 1,977, 12:46 Published in Brazil Brazil by Dio Vigon

Este é um artigo que tem, como objetivo, clarificar o caso entre Brasil, Indonésia e África do Sul para a população brasileira que, no geral, carece de informações substanciais sobre o tema. Algumas passagens serão exclusivamente factuais e outras conterão, principalmente, sugestões de como lidar com o problema.






O início do problema

A maioria dos brasileiros deve se lembrar do acordo que o governo brasileiro do mês de fevereiro tentou selar às escuras com a Indonésia e a CoT, há quase exatos dois meses atrás, propondo a vinda dos asiáticos até o Uruguai, cruzando duas regiões sul-africanas: Eastern Cape a Western Cape.

Sem que congresso e população soubessem, a presidente deu ordens para que o Brasil entregasse EC aos indonésios. O acordo só não aconteceu, porque, ao ser exposto ao público, foi amplamente rechaçado, inclusive pela base aliada do governo, deixando as populações brasileira e sul-africana bastante descontentes.

Por não ter seu desejo atendido, a Indonésia se manteve à revelia em Eastern Cape até o final daquele conturbado governo, quando eu me propus a interceder junto ao Itelat, presidente indonésio da época, para acalmar os ânimos de ambos os lados. Já havia ficado claro, entretanto, que a qualquer momento o problema ressurgiria, pois nem indonésios e nem brasileiros saíram plenamente satisfeitos com o resultado do mês.

É bom frisar que, desde o mês de fevereiro os indonésios já sondavam os representantes brasileiros acerca de um possível aluguel de regiões africanas. O que foi imediatamente rejeitado pelos sul-africanos, tão logo souberam do interesse indonésio.




A mina de ouro

O Mês de março foi marcado pelo desafio das minas de ouro. Como teríamos uma em cada continente, a África do Sul era uma forte postulante e, por interesse brasileiro e grande esforço de todos, a região de Western Cape foi presenteada com uma mina de ouro.

Porém, dessa vez o problema se iniciou antes mesmo da contagem do desafio começar. Quando a Indonésia, em nova invasão, tomou a região de Eastern Cape e, se não fosse o intermédio de outros países aliados de ambas as nações, teria investido contra a região de WC, para controlar a mina de ouro.

Desde então, embora o Brasil tenha conseguido manter o controle da mina de Western Cape, inclusive evitando uma invasão argentina, a Indonésia não mais saiu de Eastern Cape. Hoje, enquanto o problema é cozinhado em banho-maria, os indonésios tentam angariar apoio de sua aliança para arrancar um acordo comercial com o Brasil, pois pretendem manter consigo as regiões de Free State e KwaZulu Natal (ambas sul-africanas), conforme informado neste artigo oficial, quatro dias atrás.

Canester deixa claro que a Indonésia pretende conseguir 100% de bônus para seus cidadãos, mas tentarão fazê-lo sem que o Brasil se irrite. Será que eles ainda não perceberam que os brasileiros e os africanos já se irritaram há tempos?




A África do Sul

Pra quem não sabe a história toda entre Brasil e África do Sul, vou resumi-la: éramos inimigos mortais, Brasil, Indonésia e Argentina sonhavam em controlar o Diamante africano (recurso da época). O tempo passou, os ânimos se acalmaram e em 2011 assinamos o primeiro contrato de aluguel, que foi um sucesso e, desde então, a relação comercial se manteve e os laços entre os dois países se tornaram muito fortes.

Embora seja brasileiro, aceitei o desafio de trabalhar na equipe de governo da África do Sul, devido à amizade que tenho com muitos deles e ao longo período de entrosamento e trabalho conjunto – só com o Grimstone, já são quase três anos de muitas negociações e discussões 🙂

Não tenho a intenção de que isto se torne um discussão sobre competência, pois costuma nos levar a uma visão partidarista que a diplomacia jamais deve abastecer. Por isso, tendo em vista minha participação em ambos os lados da tensão atual, vou apenas dar meu entendimento do problema e, claro, sugerir soluções.



Comunicação

A maior preocupação do povo sul-africano hoje é a dificuldade que o Brasil tem em se comunicar. Entendam, entretanto, que há uma diferença grande entre falar e comunicar.

Manter o NE aberto para poder defender a mina rapidamente, é uma estratégia correta do Brasil, já que evita alguns riscos. Porém, quando da propositura do NE, nada foi avisado aos africanos e ficou a sensação de que servem apenas como instrumento para os brasileiros. Sabemos que não é assim, todos sabem que os brasileiros valorizam e muito a relação com a África do Sul, mas por que eles se descontentaram? Porque não houve qualquer manifestação oficial para informar os motivos e os objetivos do NE.

A decisão de lançar esse NE estratégico foi tomada pelos membros do congresso, sem a participação do governo. Entretanto, isso não serve como desculpa para a não comunicação. Ninguém se preocupa em saber quem apertou o botão, os países se preocupam em saber quais os motivos e quais as consequências. Mesmo pequenos países precisam se preparar. Eles também tem o contentamento de uma população para gerenciar.



Solução, futuro

Para o Brasil, a melhor composição seria a saída da Indonésia do continente.

Para a África do Sul, a única solução seria a saída da Indonésia do continente.

Não sei qual é a real pretensão indonésia (embora consiga conjecturar), mas é bastante fácil entender que, se quiserem ficar na África, não o farão de forma amigável. As populações brasileira e africana não vão mudar seu posicionamento em relação a isso, o governo sul-africano já deixou claro desde fevereiro que não pretende manter qualquer tipo de relação comercial com a Indonésia, então o razoável seria que recuassem.

É evidente que, por orgulho, há quem queira ficar na África só de birra, assim como há, entre os brasileiros, quem queira bater na Indonésia. Porém, esse atrito só está fazendo bem aos nossos inimigos. A Argentina, mesmo apanhando de todo mundo, está na torcida pra que Brasil e Indonésia se degladiem e os permitam respirar. Colocando lenha na fogueira.

Se houvesse algum interesse sul-africano em negociar (repito, sul-africano, não brasileiro), nós teríamos possibilidades em aberto e haveria o que ser discutido a respeito da África. Porém, como a resposta africana às investidas indonésias é um retumbante NÃO, o Brasil e a Indonésia precisam entender que qualquer tentativa de diálogo significa postergar o que já se sabe: uma hora a Indonésia terá que sair. Se não o fizer, um dos dois países sairá bastante prejudicado no médio prazo.

Hoje, quem mais aparenta correr esse risco é o Brasil, que não tem aliança pra poder ser livre, mas que restringiu suas opções por pressões internas. Precisamos de uma resolução o mais rápido possível.







Obrigado,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil

In Omnia Paratus"