[BS] Analisando os Últimos Updates

Day 2,198, 14:13 Published in Switzerland Brazil by Dio Vigon



Olá, pessoal!

Nos últimos 12 dias, tivemos duas mudanças promovidas pelos admins que, ao que parece, mudarão completamente a dinâmica do eRepublik:

1. A adição da medalha de Freedom Fighter, que nada mais é do que uma medalha para quem cumpre os requisitos, ao lutar em Guerras de Resistência (RWs) bem-sucedidas, ou seja, nas quais as regiões são devolvidas.

2. A criação de um Bônus de Determinação, que acumula gradualmente a cada dia que uma região passa sob domínio de outro país. Criando um bônus de combate cada vez maior para quem luta pela libertação de uma região.



Houve, nesse mesmo intervalo, outras mudanças relevantes, como a Taxa de Cobrança para regiões ocupadas e o ranking de Império, mas são duas mudanças que, ao contrário das já citadas, não alteraram de forma significativa o comportamento dos usuários.

O Protagonismo das Guerras de Resistência (RWs)

No eRepublik, para aqueles que se confundem, há dois tipos de batalhas: as Guerras Diretas, quando um país ataca o território sob domínio de outro e as Guerras de Resistência, quando um país que está sob domínio de outro, um combate para recuperar o controle de determinada região. Elas também se diferenciam pelo fato de que, em uma Guerra Direta, lutam os dois países envolvidos e os aliados que cada um deles tiver, enquanto só é possível lutar em uma Guerra de Resistência se você estiver situado em uma região do país que controla a região em conflito.

Essas características específicas dos dois tipos de batalha sempre fizeram com que a Guerra de Resistência fosse menos valorizada do que a Direta. É claro que isso é um equívoco, já que ambas tem sua importância dentro de uma guerra, basta saber quando focar em uma ou outra, tudo depende da situação, mas como não é possível colocar a RW de outro país como Ordem do Dia, para a grande massa, as RWs sempre foram coadjuvantes.

Desde o início do jogo até hoje, aos poucos as RWs foram ganhando as características que possuem hoje. No passado, uma região dominada só podia ter uma RW iniciada se algum cidadão pagasse uma quantia em gold que, na época, era calculada com base na quantidade de cidadãos ativos que residiam na região. Caso a região fosse libertada, apenas esse jogador recebia a medalha de Herói da Resistência.



Em 2011, houve uma modificação (que se não me engano veio junto com a inserção da proposta de Inimigo Natural), em que o preço não era mais em gold e nem proporcional. Passou a ser de 10.000 moedas nacionais, também pagos individualmente. Porém, esse formato não durou muito e logo passou a ser como conhecemos hoje: 10 jogadores aleatórios podem podem pagar 1.000 moedas nacionais cada um e, tão logo todos efetuem o pagamento, a RW se inicia (e todos ganham medalha de Herói da Resistência, em caso de sucesso).

Fato é que as duas mudanças recentes mudaram novamente o comportamento dos jogadores em relação às Guerras de Resistência. A inserção de uma nova medalha, aliado a um bônus que facilita a devolução de territórios, fez com que jogadores, principalmente a grande massa que não costuma seguir fielmente tudo que seus governos determinam, passasse a vagar pelo globo, em busca de RWs disponíveis para lugar e, o que é pior, de RWs em que esteja fácil a reconquista do território.


Comportamentos e padrões

Esse aumento na quantidade de lutadores a favor das resistências, independentemente de que país forem, já está determinando uma nova dinâmica militar e estratégica no jogo. Além disso, embora exista uma tabela de requisitos que vão aumentando depois de um tempo, depois da vigésima quarta medalha, o ciclo começa novamente, com os requisitos da primeira medalha (mais fáceis), ou seja, o objetivo dos admins é que esse novo comportamento seja cíclico.



Embora ainda seja cedo para avaliar totalmente as consequências dessas mudanças, tendo em vista que os primeiros ciclos de conquista de medalhas Freedom Fighter e os de Bônus de Determinação ainda não terminaram, já é possível perceber a mudança de comportamento dos jogadores.

Basta analisar a velocidade com que os países mais poderosos, em especial os que mantinham colônias há muito tempo, perderam regiões rapidamente. Em especial a Sérvia, que detinha regiões francesas e tinha, junto com Grécia e Eslovênia, o controle dos Bálcãs e também a Polônia, que estendia seu território por toda a Europa Ocidental, até os EUA e também a Indonésia.

O próprio Brasil, que há três meses sofre com a superioridade militar de Argentina e seus aliados, viu três de suas regiões serem libertadas em dois dias, embora, seja evidente que essa libertação também resulte do interesse argentino em zerar os bônus de determinação brasileiros, para que possam controlar o país durante as próximas eleições ao congresso, sem correr o risco de lutar contra um bônus elevado de determinação.


O Efeito Boomerang e a Fragmentação do Poder



Fica flagrante que os admins pretendem aumentar ainda mais a dinâmica de conquistas e reconquistas de regiões, com o intuito de camuflar a superioridade militar de um grupo de países e até para evitar que sociedades inteiras virem pó depois de tanto tempo subjulgadas. Uma forma de dar sobrevida ao jogo, que chega ao seu sexto aniversário com cada vez mais consumidores, mas cada vez menos usuários.

Os governos, a cada nova atualização, vem perdendo seu papel de centralizador de poder , enquanto as milícias e até alguns indivíduos, sozinhos, se fortalecem. Um processo de fragmentação que, embora ainda não tenha ganho forma definida na mecânica ingame, já pode ser manobrada a partir de alguns elementos existentes. Exemplo disso, é o uso de CO na maioria das batalhas importantes. Uma ferramenta exclusiva das unidades militares.

São esses detalhes que podem parecer menos importantes do que os problemas de convivência pelos quais o Brasil tem passado, mas serviram para acentuar o revanchismo e a competitividade entre grupos distintos. Por isso, a cada mudança é preciso resgatar o espírito coletivo do país, que no passado era ajudado pela mecânica do jogo, mas que hoje não é.

Quando nós brasileiros, percebermos que, independentemente dos problemas, somos um grupo único e devemos ter um único objetivo (defender os interesses nacionais), aí sim teremos chance de reverter a situação em que o país se encontra. Está na hora de resetar o videogame, formatar esse hardware, pois um país dividido é, como mostra toda a história da humanidade, muito mais fácil de conquistar do que um país unido.




Um abraço,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil

In Omnia Paratus"