[BS] Coordenação Militar do eBrasil
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Dio Vigon
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Olá, pessoal!
Hoje vou conversar com vocês a respeito de um tema que é fundamental para qualquer país no eRepublik, mas que há um bom tempo vem sendo negligenciado por nós brasileiros: coordenação militar.
Quem me conhece, sabe que não sou um exímio soldado, já que meus esforços sempre foram mais voltados para a área política e diplomática do jogo, além de usar a maior parte da minha energia diária trabalhando nas empresas e não lutando. Porém, o fato de eu jogar ativamente eRepublik desde o final da V1, me confere um pouco de conhecimento sobre como era o comportamento militar do nosso país e o que ele se tornou.
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V1, a Era dos exércitos móveis
Até junho de 2010, as batalhas tinham um formato bem mais simples: duravam 24h e consistia em “derrubar o muro”. O país atacante precisava fazer dano maior do que o dano dos defensores + o dano do muro.
DANO DO ATACANTE vs. DANO DO DEFENSOR + TAMANHO DO MURO
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No final das 24h, se o muro ainda estivesse em pé, a vitória era dos defensores. Se estivesse negativo, a vitória era dos atacantes. Básico.
Como não existia a proposta de Natural Enemy e todas as guerras e ataques eram pagos com gold, não havia tantas batalhas abertas diariamente (chegamos a passar semanas sem guerras). Aliado ao limite de lutas diárias (não tinha energy bars a vontade, só um número limitado de wellness packs) e ao risco de ficar sem energia suficiente para trabalhar no dia seguinte, o dano PRECISAVA ser muito bem utilizado. Quem lutava só por lutar, desperdiçava seu dano.
O eBrasil não tinha um exército grande, mas tinha um grupo bem coeso de tanques e uma organização militar imensa, inexistente hoje. Por estarmos em um fuso horário diferente do europeu e do asiático, nosso dano era fundamental em muitas batalhas.
Porém, o que fazia os exércitos móveis do mundo todo serem eficientes e unidos, era o fato de os MPPs precisarem ser ativados. Explico: Se o Brasil tivesse 1 MPP e Espanha 10 MPPs, eles estariam inativos, até que um dos dois atacasse. Se a Espanha atacasse primeiro, ativaria 1 MPP brasileiro e a luta seria Espanha X Brasil+1, mas se o Brasil atacasse primeiro, a luta seria Brasil X Espanha+10. Isso obrigava os aliados do país que atacou, mas não ativou os MPPs, a migrar seus soldados para o país. Só assim poderiam lutar.
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V2, a Era da Estratégia
Em julho de 2010 se iniciou a V2 e, algum tempo depois, o módulo de combate mudou totalmente. As armas, que antes era só Q1 a Q5, ganharam diferenciação entre Tanques, Helicópteros, Artilharia e Infantaria. Cada um com sua função e característica específicas. Os jogadores também passaram a treinar especificamente para uma das 4 habilidades e, ao invés de um muro apenas computando quem dá mais dano, as batalhas passaram a ter mapas e quadrantes bem definidos:
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Era um saco, os jogadores precisavam ficar online durante todo o combate, travava muito, bug toda hora, mas exigia uma coordenação tática eficiente e muita organização na produção de armas e nos treinamentos.
Nessa fase o Brasil chegou a vencer boas batalhas, mas o jogo pecou pelo excesso de erros nos combates e, infelizmente, pelo excesso de fakes, que lotavam os mapas das batalhas e atrapalhavam muito os jogadores. Eu cheguei a lutar em uma batalha na Polônia em que havia 11.000 bots no mesmo quadrante. Todos level 1, colocados ali para obrigar um tank a queimar seu dano para vencê-los.
Se os erros fossem corrigidos, certamente as batalhas da V2 seriam uma boa ideia, mas não foram.
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Pós Rising e o início da energia infinita
Com o fim da V2, as batalhas voltaram ao estilo anterior, com dois lados batendo um contra o outro. Só que, ao contrário do modelo antigo, com 24h de combate, o Plato resolveu implementar o sistema atual de turnos. As duas grandes diferenças é que não havia as divisões e, por isso, a barra da batalha era única para todos e, portanto, não havia os pontos 1, 2, 3, 5 das divisões. Vencia a batalha quem vencesse 8 rounds.
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Nesse período, entre o fim de 2010 e meados de 2011, o Brasil era um monstro das madrugadas. Chegamos a virar várias batalhas para os aliados, mesmo tendo força militar inferior. Tudo dependia da coordenação.
Essa condição só foi alterada com a inserção do modelo atual de energia, em que se recupera um pouco a cada hora e, por isso, dá para lutar a qualquer hora do dia, fazendo os horários prioritários de combate menos relevantes. A energia infinita dispersou o dano de todos os países, não só do Brasil. Porém, isso favoreceu os países mais fortes, que passaram a vencer rounds não apenas em seus primetimes, mas também nos horários que, antes, o Brasil tinha vantagem.
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A popularização das MUs e a decadência dos Exércitos
Em 2012 as MUs finalmente se popularizaram, fortalecendo o conceito de exércitos privados. O Brasil tinha somente uma milícia realmente organizada, que era o CAT, embora tenham surgido outros expoentes também, como a Brazilian Monkeys, mas com o fenômeno das MUs, nasceram também as MUs partidárias e o Exército Brasileiro, que era forte, foi se fragmentando cada vez mais.
O próprio batalhão de elite do EB, o F.O.D.A.C.E., que tinha fama internacional e era objetivo de 99 em cada 100 jogadores, se tornou menos eficiente e menos almejado pelos grandes tanks.
O motivo definitivo para a queda na organização militar dos brasileiros é incerto. O mais provável é que seja uma conjunção de vários fatores: fragmentação do EB, crescimento dos exércitos privados, partidarização militar, foco na Daily Order e não mais nos objetivos macro, entre outros. O fato é que, nesse turbilhão de mudanças, nenhum grupo conseguiu reinserir na população a noção de coordenação e organização que existia anteriormente e o país passou a sofrer por causa disso.
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As divisões e renovação estrangeira
Não me recordo ao certo quando foram inseridas as divisões de combate. Nunca me preocupei com isso de forma particular, pois já comecei na D4, então nunca tive a experiência de disputar medalha contra jogadores menos fortes, mas é um fato que o domínio das divisões inferiores se tornou uma ciência da qual o Brasil, infelizmente, é um dos poucos países que ainda não domina.
Nos últimos dois anos, vimos países mais fracos que nós se tornarem potências militares, a partir de um minucioso trabalho de desenvolvimento populacional. Chile e Argentina são o principal exemplo disso. Quando as divisões nasceram, eles começaram a investir em babybooms e a renovar sua população. O Brasil ainda dava mais dano, mas ele estava todo concentrado na D4, enquanto os nosso vizinhos já nos venciam nas divisões de base.
Dois anos depois, o Brasil tem um dano bem inferior aos dois e ainda não conseguiu engrenar um projeto de renovação populacional, mesmo tendo Chile e Argentina como exemplos bem sucedidos.
São poucos os jogadores que se preocupam hoje em usar seu dano de forma eficiente. Menos ainda são aqueles que se organizam em grupo militares e seguem ordens minuciosas de batalha. E quando digo ordens, não é “lute aqui”, mas sim, onde lutar, que horas não lutar, que horas despejar dano. O Brasil de anos atrás controlava algumas batalhas, hoje estamos todos fragmentados, desinformados e, aparentemente, desinteressados.
O que precisamos fazer para resgatar o espírito de luta do nosso país?
Um abraço,
Vigon,
a Ovelha Negra do eBrasil
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In Omnia Paratus
Comments
Pertamaxxx
"O que precisamos fazer para resgatar o espírito de luta do nosso país?"
Comprometimento, paciência e disposição para trabalho duro.
Saudades da V2 quando eu e o Jazar comandávamos o Exército (e também os Civis que ajudavam) durante as Batalhas.
Conseguimos várias Vitórias que muitos consideravam improváveis.
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Também sinto falta do Beta (que era PvP) e eu conseguia Vitórias "camperando" (CS Feelings)...rs
V2 era incrível, mas eu também participei de algumas batalhas que tinha 10k de jogadores em um quadrado. Complicado.
"Se os erros fossem corrigidos, certamente as batalhas da V2 seriam uma boa ideia, mas não foram."
O que mais me frusta é que toda entrevista com os responsáveis pelo jogo mostra que eles se traumatizaram com a V2. Agora eles sempre falam que uma mudança brusca é ruim e cada vez simplificam mais o jogo. Basta ver http://youtu.be/zUCT7rFCaRw?t=2m1s ou qualquer entrevista com o Alexis Bonte.
Francamente, eles deveriam ter vergonha em ainda expor no site essas análises:
“eRepublik, um inovador jogo de estratégia global multijogador” - The New York Times
"eRepublik leva a estratégia para toda a Internet" - TechCrunch
Ótimo Artigo.
Auto vote 😛
Mas a Vendetta sempre tem o dano coordenadinho, abs
É o poder do dinheiro... kekekeke
Confesso que aquele round pelo eBR com a virada na barrinha mediante uma chuva de bombas foi o momento mais legal que eu tive no jogo.
v+
Votado
Ótimo texto. Completo, interessantíssimo. Realmente a questão de voltar a ser como éramos militarmente é muito importante, vou continuar seguindo suas atualizações e espero que continue assim. 🙂
A v2 era muito bacana mesmo, mas sinto mais falta da v1 (que foi o modelo ao qual o eBR militarmente se deu melhor).
Precisamos de mais MUs, com gente disponível e recursos para se administrar tranquilamente.
Precisamos de mais Hues, e que o CAT e o EB/FDC voltem a crescer.
importante tocar nesse ponto, parece que o brasileiro não tem mais vigor em lutar. Eu que comecei quase ontem, tenho dano muito superior a um jogador que começou em 2010...
Miau
v+
Bons tempos de v2, era da hora aquele sistema de batalha!
v!
v
A V2 infelizmente não atendia as pessoas que podem jogar somente escondidos em seus locais de trabalho.
Eu joguei a V1 inteira, e quando a V2 foi lançada, eu quitei do jogo. 😁
Espero uma segunda parte desse artigo.
"O próprio batalhão de elite do EB, o F.O.D.A.C.E., que tinha fama internacional e era objetivo de 99 em cada 100 jogadores"
Eu era esse 1 dos 100. Hahaha.
Olha, não sei como as coisas estão agora, mas quando eu jogava com mais afinco o Exército e as Milícias batiam no mesmo horário e, geralmente, batalha, mesmo sendo instituições separadas.
Acho que hoje com o advento das MUs ficou mais difícil essa coordenação, falta alguém para fazer essa integração. As pessoas ficaram mais auto-sustentáveis e agora precisam menos das distribuições, se é que elas ainda existem, logo elas não precisam mais ficar seguindo "as regras" pra receber a dist e poder lutar. A coordenção ficou realmente impraticável.
Acho que o caminho é pela volta da concentração no Irc. Levar as pessoas do jogo de volta para lá, onde é mais fácil de organizar grupos, horários, passar infos, interação... Falta motivação para as pessoas seguirem as ordens.
A MUs são um problema incrível, muitas delas já nasceram para ser "a casa da mãe Joana". Não tem farda, não tem prestação de contas, não tem capitão pra colocar ordem... Estão alí só para existirem e terem gente, gente que só quer matar seus 25, onde quer que a ordem esteja.... É, realmente, assim fica complicado. Enquanto não existir disciplina não haverá dano concentrado.
Votado!
e a coordenação de dano com Portugal teve?