A dependência diplomática do Brasil

Day 1,288, 15:09 Published in Brazil Spain by Rosa Violet Carson


A cerca de 3 meses atrás, o meu colega jornalista Vigoncalves86 escreveu um ótimo artigo sobre a tankodependência do Brasil. Em resumo, ele analisou a dependência que o Brasil tem, no campo militar, de jogadores com alto nível de força e que gastem gold na hora de lutar (a isso se atribui o nome de tankar). E o resultado é surpreendente: ficou constatado que quase metade de todo dano do País é gerado por 50 pessoas.



Pensando nesse artigo, resolvi fazer um outro, na mesma linha, sobre uma questão igualmente importante: a nossa dependência diplomática. Dependemos, desde não sei quando, dos contatos e amizades dos jogadores famosos e bem relacionados, como o Jazar (Antonio Salgado) e o dinossauro. Um MoFA sendo "repetido" durante meses a fio é um reflexo disso, como já aconteceu mais de uma vez. Se pararmos para analisar friamente as informações "quentes" que chegam ao Cantinho Brasileiro, podemos perceber que elas são providas sempre pelos mesmos nomes.

O lado bom é que mostra que temos gente conhecida mundo afora, e que estão "por dentro" do que está rolando por aí. O lado ruim é que passamos a depender dessas pessoas. E se eles pararem de jogar? Alguém saberia me dizer quais são os Embaixadores brasileiros nos países aliados? E nos países inimigos? Aliás, nós temos algum Embaixador encarregado formalmente de nos suprir com informações importantes, como os brasileiros bem-relacionados fazem na maior boa vontade, sem maiores obrigações? Pois é.

Na minha opinião, já passou da hora do Brasil formar um corpo ativo e competente de Embaixadores, a serem designados para países estratégicos, para manterem uma representação brasileira formal e, com o tempo, criar amizades com os nativos, construindo uma rede de relacionamentos e informações confiáveis. Soou interesseiro? Pode até ser, mas é assim que as coisas funcionam. Não podemos sequer pensar em sermos uma "potência" se não nos mantivermos informados do que acontece mundo afora. Informação vale ouro.

E por onde começar?

A Agência Brasileira de Assuntos Internacionais, a ABAI, atualmente encontra-se inativa. Portanto, acredito que seja atribuição do Ministério das Relações Exteriores, com o aval do Presidente, dar o primeiro passo, nomeando um novo Diretor (alguém com experiência e tempo disponível) e um Diretor-Adjunto (alguém sem tanta experiência mas que compense com iniciativa e tempo livre).

Feito isso, complementar a equipe com Conselheiros, pessoas de grande experiência, como ex-MoFAs, ex-Presidentes, etc. Depois, dar acesso a esse pessoal na área da ABAI no fórum do Brasil, e colocar os dois Diretores como moderadores.

A partir daí, a coisa fica um pouco mais fácil: estabelecer as novas diretrizes da Agência (abrir embaixada aonde? foco em qual continente? etc) e criar um plano de ação (recrutar quem, quando, como? etc). Criar tópicos organizando a Agência, sem muita burocracia e com um mínimo de formalidade, estabelecendo uma simples hierarquia, indicando aonde devem ser abertas as embaixadas, etc.

Com a equipe diretiva definida, e com o fórum 100% organizado e pronto para uso, é hora de começar a recrutas os Embaixadores, a força motriz da Agência. Mediante um artigo bem escrito no jornal da Agência e uma intensiva divulgação do link do artigo nos shouts, acredito ser possível montar um bom time em pouco tempo.

Depois, é com o tempo. Os Diretores terão que ter paciência, os resultados provavelmente vão demorar a serem notados. Os tópicos das Embaixadas brasileiras nos fórum estrangeiros podem até bombar, mas as verdadeiras amizades vão precisar de tempo para serem construídas e sedimentadas. Caberá aos Embaixadores serem educados, ativos e não desistirem nunca.

Quero ser Diretor da ABAI, o que tenho que fazer?

Se você é um jogador com um bom tempo de jogo, e tem experiência na área das relações exteriores, você pode se apresentar ao nosso próximo Presidente e/ou ao novo Ministério das Relações Exteriores, solicitando o cargo e mostrando o que você pretende fazer. O meu texto acima pode ser visto como um plano de ação, e se você quiser adotá-lo, fique a vontade. E se precisar, é só entrar em contato comigo que eu ajudo!

Quero ser Embaixador, comofas?

Envie uma mensagem para os Ministros das Relações Exteriores, manifestando o seu interesse e informando a sua fluência em línguas. Ter fluência não é necessário, o fundamental é saber se comunicar em outro idioma (não necessariamente o inglês).

Tá, e qual a moral deste artigo?

Eu não sei o que os próximos candidatos à Presidência do Brasil tem em mente, mas eu gostaria de ver a Agência funcionando novamente, não necessariamente seguindo o "plano de ação" que eu desenvolvi acima - dependendo da perspectiva, o meu artigo pode ser visto como um apelo nesse sentido.

E você, Ryan, não vai fazer nada?

Infelizmente a minha carga horária atual não permite que eu assuma as responsabilidades de Diretor ou Diretor-Adjunto, mas como Conselheiro - caso eu venha a ser convidado para tal - poderei ajudar bastante, fazendo as minhas contribuições via fórum.

Hã...uma última coisinha: isso não é meio delicado para se fazer um artigo?

Eu não acho. Complicado seria montar uma lista de países a se abrir uma Embaixada, evidenciando a preferência por um país em detrenimento de um outro. Isso sim poderia afetar de alguma maneira as relações diplomáticas com certos países, agora falar a verdade (que precisamos de Embaixadores e de informações) não é nada demais, em minha humilde opinião.

E está em tempo, os candidatos já estão afinando suas plataformas para o dia 5.



Leitores, sei que esse não é um tipo de artigo comum do Magna Veritas, mas tendo em vista a proximidade do dia 5, achei importante chamar a atenção de todos - principalmente do futuro Presidente, seja quem for - sobre esse fato, a necessidade de Embaixadores.

Afinal, o Magna Veritas (e o seu editor) é um jornal engajado na luta por um eBrasil cada vez maior e melhor, normalmente ajudando com artigos explicativos/tutoriais, as vezes dando opiniões e fazendo críticas construtivas (como é o caso deste artigo).



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Ryan Cullen,
Editor do Magna Veritas