IMPARCIALIDADE

Day 1,141, 17:06 Published in Brazil Brazil by Adival

Amigos, estive lendo o artigo:
http://www.erepublik.com/pt/article/independ-ncia-1625313/1/20

E seguindo uma linha raciocínio, lanço meu artigo:



Em primeiro lugar, analisemos a imparcialidade. Entendida como a possibilidade de o jornalista escrever algo "sem tomar partido" de qualquer das facções envolvidas, muito menos de suas próprias ideologias e preconceitos, considero-a como algo que não pode ser efetivamente aplicado, muito menos que deva ser tomado como um "valor jornalístico".
Nesse sentido, admito que, mais importantes do que a imparcialidade, são conceitos como transparência, compromisso com a população e disciplina de verificação, que se constituem em verdadeiros valores (ou elementos) do jornalismo.

De fato, a imparcialidade estrita é impossível. A própria noção estrutural de notícia,), implica o encadeamento dos fatos dos considerados mais importantes para os menos importantes, constatação que gerou a técnica da pirâmide invertida no jornalismo norte-americano, do qual somos tributários.
Ora, a consideração do que é mais ou menos importante está sujeita ao juízo subjetivo – mesmo inconsciente – do editor, que, portanto, já deixa de adotar uma posição necessariamente imparcial frente aos acontecimentos. Como determinar o que é mais importante senão recorrendo à nossa própria percepção?
Essa impossibilidade torna-se mais significativa à medida que a notícia não se constitui apenas da seleção e encadeamento dos fatos, mas do texto em si, que lhe servirá de veículo (código) e que necessariamente terá uma carga conotativa oriunda dos que o escreveram.



Dessa forma, a notícia sempre beneficiará um dos lados envolvidos, seja pela adesão ideológica imediata, que aparecerá nessa forma conotativa, seja (ou também) pelo encadeamento dos fatos.
Ainda que esse encadeamento não exprima necessariamente uma adesão – é possível escrever sobre alguma coisa sobre a qual discordamos de todos os lados envolvidos, por exemplo –, certamente refletirá convicções pessoais anteriores dos editores.

Essas convicções, pontos de partida para determinar o "recorte" da realidade, podem perfeitamente beneficiar um dos lados apenas pela simples colocação de um fato X como mais importante do que um fato Y (que, para uma outra parte envolvida, poderia ser mais importante que 😵.

Quando muito, a imparcialidade, esse conceito mais ligado ao jornalismo norte-americano do que ao tradicional europeu – para o qual a questão da parcialidade, entendida como adesão ideológica, é menos problemática e mais expressa –, é usada apenas como um verniz que serve para esconder, sob si, os reais posicionamentos dos veículos e jornalistas.



Nesse ponto, é necessário analisarmos, portanto, em qual sentido o conceito de "verdade" deveria ser utilizado no jornalismo. No jornalismo, não cabe a definição filosófica de verdade. Esclarecem os autores que, na filosofia, a discussão em torno do significado de verdade "não tem base no mundo real. Discussões filosóficas sobre a existência da verdade se baseiam em conceitos semânticos".

Certamente, na filosofia o conceito de Verdade relaciona-se a todo um conjunto de valores que estariam dispostos em um determinado sistema e que, além de universais, seriam anteriores e superiores ao próprio homem.

Essa tradição, em termos estruturais, foi mantida por muitos filósofos, que a grosso modo, variaram apenas a definição ou o nome dessa Verdade absoluta, a disposição e funcionamento do sistema e a atitude do homem em aceitá-la, aspirar a ela ou submeter-se a seus ditames.
E quando sabemos que temos que agir com imparcialidade, justiça e verdade? Muitas vezes não nos “intrometemos” no assunto, “porque ninguém pediu a minha opinião”. Porque se disser algo vou me prejudicar ou conquistar inimizades. Porque vivemos num mundo de politicagem, onde a filosofia de vida é: O que vou ganhar com isso? É o famoso politicamente correto. Será que é assim mesmo que devemos agir?
Será que agimos assim exatamente porque pensamos viver num mundo “justo”? Onde a pessoa recebe o que merece e merece o que recebe. Ou seja, se pessoa ela está na rua, alguma coisa de errado fez. Se ela ganhou algum dinheiro, ela mereceu porque é uma pessoa boa. Dizem por ai “cada um tem o que merece”. Este é o padrão correto?
Em consonância com esse pensamento, consideramos que esse conceito, metafísico e de certa forma divorciado das ações humanas em si, maiores produtoras dos fatos jornalísticos, certamente não é adequado à área que aqui abordamos.



Desculpe-me a simplicidade do layout do jornal, pois faço isso de acordo com meu tempo disponível. Um grande abraço e até o próximo artigo.