Assembleia Municipal de Lisboa condena invasão militar com votos contra do PCP

Day 5,224, 08:26 Published in Portugal Portugal by General Destroyer
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou votos de condenação pela invasão da Ucrânia pela Rússia, de pesar pelas vítimas da intervenção militar e de solidariedade com o povo ucraniano, a maioria com os votos contra do PCP.

Na sessão plenária, com o palco iluminado com as luzes da bandeira da Ucrânia (azul e amarelo), os deputados municipais discutiram a ofensiva militar por parte da Rússia em território ucraniano, com 12 votos de condenação, de pesar e de solidariedade, todos aprovados à exceção da iniciativa do PCP “em defesa da paz e pelo fim da guerra na Ucrânia e da escalada de confrontação na Europa”.

O voto do PCP propunha “condenar todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, o golpe de Estado de 2014, promovido na Ucrânia, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia”, mas foi rejeitado com os votos contra de PS, PSD, PAN, Iniciativa Liberal (IL), Livre, MPT, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega, a abstenção do BE e da deputada independente Daniela Serralha e os votos a favor de PCP, PEV e do deputado independente Miguel Graça.

Numa declaração de voto oral, o deputado do PSD Luís Newton considerou a proposta do PCP “cínica, política e intelectualmente desonesta”, enquanto pelo PS Manuel Lage afirmou que o seu partido “obviamente que é contra a guerra”, mas rejeita o apelo à paz dos comunistas por referirem que houve um golpe de Estado em 2014 na Ucrânia perpetrado pela NATO e pela União Europeia.

Pelo PCP, a deputada municipal Natacha Amaro começou por dizer que esta é “uma guerra que urge parar e que nunca devia ter começado”, defendendo que a situação é indissociável do alargamento da NATO, com “provocatórias manobras” que ameaçaram a segurança da Rússia, e sugerindo que, ao contrário de sanções, se “construam caminhos diplomáticos” para a resolução pacífica do conflito.

“Esta guerra não interessa aos ucranianos, nem aos russos, nem aos restantes povos europeus, serve os grandes complexos militares industriais que aproveitam económica e militarmente uma guerra que se desenvolve a milhares de quilómetros das suas fronteiras, para vender armas em larga escala”, declarou a comunista.

Com os votos contra do PCP e os votos a favor dos restantes deputados, foi aprovado o voto do PS de condenação da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, por se constituir “uma agressão injustificável e violadora do Direito Internacional”, e em que se apela à Federação Russa para cessar imediatamente a ocupação do território ucraniano e colocar fim às intervenções militares.