Erepublik e erros conceituais
Rocha II
Se você não gosta de reclamões, vá plantar manguinha na praia de tanguinha!
Esses dias eu venho pensando em alguns detalhes de um projeto de um jogo de cartas que planejo dar andamento conforme eu for aprendendo programação e etc. E uma certa ideia me fez pensar em problemas conceituais que o erepublik tem.
O que seria um problema conceitual?
Um problema conceitual é quando um conceito dentro do jogo não funciona da forma como deveria funcionar, ele deixa de atender a função dele e perde o sentido.
Antes de explicar cada um dos problemas que eu percebi, é interessante notar que existe uma chance de não serem realmente problemas mas apenas coisas que acontecem porque a função que o Plato intencionou sempre foi espremer o máximo de dinheiro dos jogadores, mas dando uma colher de chá ao Plato e também porque dessa discussão pode sair alguma ideia interessante, vamos lá!
Uma vez perguntei a um amigo inteligente: "Fi de quenga, mas o que é que faz um conceito ser um conceito?"
E ele respondeu: "Fi de rapariga, é a função dele."
Módulo Militar
Bem, antes de nos aprofundarmos nisso, é necessário expor que um conceito aplicado a um jogo ganha algumas funções adicionais às funções da realidade(e perde algumas)
Por exemplo: Na realidade um assassinato pode ter a função de se livrar de problemas, realizar uma vingança, etc. Em um jogo o assassinato não é capaz de ter certas funções nesse sentido, mas ele serve para causar adrenalina, serve para dar algumas conquistas dentro do jogo, progressão de missões e níveis, ganhar recursos...
O módulo militar no erepublik tem alguma funcionalidade, mas ele está quebrado em vários sentidos:
- Progressão de jogo: Antigamente eu jogava pelas medalhas de Freedom Fighter, consegui financiar boa parte da minha evolução no jogo dessa forma, mas isso foi quebrado em um certo update. Naquela época eu não teria tanta propriedade pra criticar essa função dentro do módulo militar porque funcionava até, antes das mudanças nas divisões também tinham algumas possibilidades, hoje não existe mais.
Pra resumir: quem nunca ouviu aquela história de "não lute para não ganhar exp"?
Pois então, essa é a evidência de que a função de progressão relacionada ao módulo militar está quebrada, e hoje me surpreende que um problema conceitual tão óbvio nunca foi resolvido.
- Interação: O módulo militar é provavelmente o setor do erepublik onde é mais fácil de se divertir e de entender, mas a disparidade de força enxotou a maioria dos jogadores desse ambiente.
Ora, se apenas 10% dos jogadores pode lutar ou tem incentivo de participar ativamente do módulo militar, isso não é uma disfunção absurda para um módulo que deveria ter a função de aumentar o nível de interação entre os jogadores?
Ultimamente tivemos as batalhas aéreas para cortar um pouco desse problema, mas o pack que dá 2k de energia máxima e outras disparidades entre jogadores também afastam um pouco os jogadores mais fracos desse campo, mesmo aqui é comum ver jogadores fazendo 10x mais dano que outro, mas mesmo assim acho que ainda há esperança para as batalhas aéreas porque ainda é algo que pode ser controlado.
Mas fechando: Se o módulo militar não trás os jogadores medianos para o campo de batalha, ele é muito disfuncional e compromete a interação, não é a toa que quanto mais isso acontece mais o jogo morre.
- Objetivo: Por que num RPG um jogador é capaz de avançar dezenas ou centenas de níveis sempre repetindo as mesmas coisas? Porque eles sempre tem um objetivo logo adiante!
Quais são os objetivos que um jogador tem dentro do módulo militar?
Existem as patentes, eu gosto da existência delas e acho que a única diferença militar entre jogadores deveria ser ela e a energia máxima, o ganho de energia deveria ser todo pelo desafio semanal e não acho que deveriam existir barras de chocolate, quem quisesse que contratasse mercenários.
Acho que poderia ter objetivos que chamassem os jogadores a estarem sempre nos campos de batalha, tentando aproveitar ao máximo os ganhos de energia e as possibilidades do desafio semanal.
Antigamente o desafio semanal dava uns prêmios muito bons, hoje só é bom pra quem pega mais de 5k de prestígio, antes eu me esforçava mais pra pegar pelo menos 2.5k de prestígio e o prêmio de 9k de armazém, acordava cedo, arrumava um jeito de recuperar energia... Hoje eu não ligo mais.
Se não existe sempre um próximo objetivo à vista, por quê seguir em frente?
Módulo Econômico
Esse já é um módulo que considero mais forte para os jogadores com grandes pretensões de posse(colecionadores, coletores, investidores... aquelas pessoas que gostam de juntar ou que gostam de tocar grandes projetos)
Como não sou tão familiarizado com esse módulo, vou por um conceito dentro dele que vejo estar sendo quebrado.
- Objetivo: Dinheiro é poder, os poderosos são aqueles que tem o mundo nas palmas das mãos para fazerem seus desejos nefastos.
Todo bom jogo precisa ter seus ícones: vilões e heróis.
E como se tornar um ou outro dentro de um jogo como o Erepublik?
Com poder.
O módulo econômico, hoje, consegue realmente acumular poder nas mãos dos magnatas do jogo?
Através do módulo econômico é possível financiar grupos de jogadores que jogam em prol de projetos de poder?
Sem projetos de poder, qual o incentivo do conflito e da guerra?
Pode ser meio psicótico falar as coisas desse jeito, mas quero fazer com que vocês percebam o quão importante é que o poder esteja nas mãos de alguém, são as decisões de pessoas cheias de más intenções que vão causas os conflitos dentro do jogo que vão gerar os grandes eventos.
Se não há retenção de poder, qual é o grande mal para se combater? Se não há um grande mal, nunca haverá um grande bem, a síntese só pode ser grande se suas teses e antíteses também forem.
Agora, tentando chegar a uma sugestão, é através do módulo econômico que há a possibilidade de juntar pessoas em prol de projetos, de objetivos e guerras.
Isso já existe no jogo por conta dos bônus de produção, mas seria necessário transferir a ação dos VISA players do módulo militar para o módulo econômico, as grandes guerras seriam financiadas por eles, e eles teriam que mover os jogadores por necessidade, deveria ser necessário pegar a maior quantidade possível de jogadores e dar recursos ou até mesmo pagar eles para lutarem em prol dos objetivos de jogo.
Se é o módulo econômico e a exploração de recursos para fabricação de armas cada vez melhores que possibilitaria o acúmulo de dano e poder, a disparidade de força entre jogadores e a diminuição da importância das armas que estão sendo usadas cria um ambiente onde é mais importante ter jogadores com muita força ao seu lado do que ter muitas armas e recursos, e então qual seria a função do módulo econômico?
As COs ainda salvam esse aspecto, mas o fato de não haver um certo "desespero" em vencer uma corrida armamentista é uma prova de que existe alguma disfunção, por conta dessa disfunção o módulo econômico é só uma forma de dificultar ainda mais a participação dos jogadores medianos no módulo militar, porque eles sempre vão precisar de comida e armas para lutar e sempre vão entrar em prejuízo.
E pra mim os packs estão destruindo ainda mais essa função porque eles são mais importantes do que os recursos em si para ter poder.
Módulo Político
Acho que é possível por a mídia dentro do módulo político, mas apesar disso é o que eu menos gosto para ser sincero.
O módulo político tem como função convencer e cativar os jogadores para participarem de determinados projetos, poderíamos dizer que seria o setor de propaganda dos megalomaníacos do módulo econômico.
A principal função do módulo político é o roleplay, nesse aspecto eu acho que não existem grandes problemas, acho que a ditadura quebra um pouco isso e a impossibilidade de secessão também é um problema, mas não vejo grandes problemas na mecânica do jogo sobre isso.
Talvez o único pitaco que eu poderia dar, já voltando um pouco atrás sobre a minha opinião sobre os bônus de produção, mas apenas algumas áreas poderiam ter certos recursos em abundância e a alocação de empresas para extrair aqueles recursos poderia ser diretamente naquele local, podendo o país permitir, taxar e expulsar aquelas empresas em caso de controle sobre a região, as demais regiões poderiam apenas ter função estratégica, as alianças poderiam ter a ver mais com estratégia militar(tropas poderiam precisar rotas para chegar em determinada região e permissão de outros países para passar dentro de seu território).
É melhor parar aqui antes de começar a viajar demais, aqui seria mais sugestão, mas eu já vejo como uma perda de tempo dar sugestões para o jogo.
Comments
Votado, o módulo aéreo chegou para os 90% poderem lutar e não reter xp.
COs dão muito dinheiro até para um novato, todo dia dá para conseguir uma, agora está mais fraco, mais antes eu pegava (com packs) 3,4,5 k cc diários, teve um dia que eu peguei 40k, um outro que eu peguei 60k, só com COs, ajuda no desenvolvimento do jogador.
As batalhas aéreas chegaram pra salvar a situação, o jogo que estava quase impraticável para os mais fracos agora é viável, mas ainda acho que é pouco pra sustentar a interação necessária pra aquecer o jogo. A gente acha essas COs aqui e acolá, depende da sorte e de ficar ligado no jogo, mas a gente mesmo não participa tanto do processo de guerra, se liga? É uma coisa meio individual quando deveria ter um nível maior de interação.
É uma boa análise, só que notei um erro, na vida real o dinheiro não e o poder efetivo senão for atrais de armamento por exemplo o dinheiro é apenas um meio se obter poder mais substancialmente e existencialmente não e poder, pois na prática o dinheiro e só uma criação jurídica, então o poder de fato é o poder político, porém a sua lógica de que quem tem dinheiro tem poder de fato se efetiva quando propõem essa conjunção do sistema militar e o sistema econômico do jogo, isso sim daria poder imensurável para os jogadores produtores, só que tem um perigo nesse cálculo, o jogo se tornaria mais ainda pago, e corremos o risco de uma especie de dependência financeira por parte dos produtores para no jogo e os acordos políticos iriam minar a ajuda que não seja a favor do partido, isso iria criar uma espécie de ditadura partidária dentro do jogo.
Eu acredito que o poder político é poder de convencimento, o poder que vem do dinheiro tem a ver com o fazer. Dinheiro não seria um meio, o meio seria o trabalho, a produção, a guerra, etc. Dinheiro seria o combustível, ele representa os recursos humanos e materiais porque ele pode comprar tais recursos e ter dinheiro é ter tais recursos.
Bem, talvez você não acredite que as teorias da conspiração tenham algum fundamento, mas elas falam sobre isso, no Brasil os políticos são marionetes , o dinheiro é as cordas, mas quem é o titeriteiro?
Em parte sim, no entanto na prática o poder política agrega outros poderes, acredito sim em algumas teorias, pois muitas teorias passadas se tornaram fatos históricos, a questão e saber se e verdeira ou não, agora te pergunto você não acha que a algo além do dinheiro que liga esses controladores? mero interesse financeiro não manteria esses grupos controlando por muito tempo.
Complicado comi muitas palavras, espero que entenda o que eu tentei dizer.
Não acho que seja um interesse meramente financeiro, o dinheiro compra as pessoas porque aquilo que realmente compra as pessoas pode ser comprado com dinheiro, se a diversão compra o seu tempo e a sua dedicação, o dinheiro te compra porque ele compra a diversão.
Bem, quando eu falo em dinheiro eu falo de algo além do papel moeda, o dinheiro é um grande representante, mas existem outras moedas de troca além do real ou do dólar que são capazes de subverter as pessoas, às vezes uma prova de traição faz um homem fazer coisas que e ele não faria normalmente por milhares de reais, isso também seria uma moeda de troca.
cara otimo artgo exelente. unica solucao do jogo para nao quebrar é trocar a mecanica do jogo, talvez transformalo em um tabuleiro, e dependendo da forca do jogador seria a area que ele pode produzir. mas como voce mesmo citou. plato esta nem ae para isso negocio dele é euro. enquanto tiver dando euro ele nao aceita sugestao
Pra mim a força militar do jogador tinha que ser diretamente ligada à dedicação dele ao jogo, no máximo ele poderia ter a opção de comprar energia máximo pra poder ficar um pouco mais de tempo sem entrar, mas só dessa forma pra atender à função de interação. A produção poderia seguir a mesma lógica, os jogadores bem ativos seriam disputados pelos VISA players e os políticos seriam financiados também, aí você teria uma máquina de verdade funcionando e não um jogo que morre mais a cada dia.
qualquer jogo de sucesso voce faz a seguinte conta man. para cada1 jogador pay to win = 10 a 5 jogadores free pra derrubar. aqui nem 100 jogadores free derrubam um pay to win. temos prova disso a ditadura, nem que se juntasse 1000 jogadores novos nao derrubava, o jogo impossibilita isso... quando falam que a culpa é dos adms é pura verdade. por isso nunca puz 1 centavo no jogo e nao botarei jamais
wtf esse gif oO
Li ontem à noite quando tava no limite do sono e já nao lembro direito, mas curti o artigo, votado!
clica no gif
Tá quebrado, o plato zoou a URL do youtube (ele tira ou o ? ou o &, agora não lembro qual dos dois caracteres); tem que ir em "compartilhar" no vídeo e colocar aquela url minimizada que aparece lá, tipo isso aqui (e esse vídeo também é doido lol):
https://youtu.be/ou6JNQwPWE0
Eu tenho que separar um tempo pra ver esse filme qualquer dia.