Independência

Day 1,141, 05:41 Published in Brazil Brazil by L.Cohen



Mal comecei a me aventurar na seara do e-jornalismo, me vi bombardeado por artigos que traziam conselhos a respeito de “como escrever bem” no eRepublik. Talvez eu esteja paranóico, parecia que tinham sido escritos por minha causa.

Evidentemente que se tratava de artigos bem intencionados e sinceros, mesmo assim deixaram a impressão de que estavam querendo me dizer como eu deveria escrever e sobre o que eu devia escrever.

Fosse no mundo real, o fato teria gerado uma série de protestos da mídia, dizendo que a imprensa livre estava sob ameaça stalinista-obscurantista, mas aqui as coisas não funcionam assim.
Essa onda metajornalística (da imprensa falar de si mesma), parece ter passado, mas acredito que não tocou em um ponto sensível e concreto de nossa imprensa: A independência.


Neste mundo maravilhoso onde todo mundo pode ter seu próprio jornal e emitir livremente sua opinião e sua visão dos fatos, ocorre um paradoxo fascinante: o jornalista é, ao mesmo tempo o político (o militar, o empresário), ou seja, crítico e objeto das críticas, e, o que é mais grave, parte interessada.

Não foram poucos os artigos tratados com ironia nos comentários afirmando que o autor estaria sendo parcial e tendencioso. Por que?, porque ele era de um partido específico, havia sido candidato, ou havia sido eleito em algum momento e, apenas por isso, falava mal do “outro lado”.


A questão fundamental é que poucos jornalistas podem ser considerados independentes. Usamos nossos jornais com várias finalidades, em vésperas de eleições (que são irritantemente freqüentes aqui) são usados como horário eleitoral (todo candidato ao congresso ou a presidência tem seu jornal e o usa para lançar sua candidatura), nos períodos mais distantes das eleições são usados para criticar aos adversários e minar seus cacifes políticos e enaltecer as qualidades e feitos de seu grupo/partido político.


Bem leitor (mesmo que você seja também editor), diante desta “verdade” você pode adotar duas posturas:

A mais cínica de que “TODO JORNAL MENTE”, e escolher concordar com aquele que mente a seu gosto e discordar daquele que mente em desacordo com suas crenças.

E a menos cínica (e até um pouco ingênua) de que “TODO JORNAL É INDEPENDENTE”: existindo aqueles que são independentes da arrogância e da pretensão de infalibilidade e onisciência dos membros do PDB e do ODIN, aqueles que são independentes da crítica e ressentimento e inveja dos membros da ANP e da URB, e ainda este jornal que sempre irá lhe dizer a verdade independentemente de quem estiver no poder.

Pelo menos essa é minha opinião.



E POR FALAR EM POLÍTICA....

Aproveitando, amanhã teremos uma eleição presidencial que já está definida.
Se o rumor, ou, no caso, o silêncio das ruas tem algum significado, já está ganha pelo candidato oficial. Tendo sido o único a apresentar sua candidatura (até o momento em que escrevo), e tendo o apoio dos partidos no poder, é remotíssima a possibilidade de um resultado diferente nas urnas.

Como em 1960, mais uma vez, a faixa não vai para o Lott.



Pelo menos essa é a minha opinião (mas não necessariamente meu voto).